2049 — Novo Programa de Acreditação do Comércio Electrónico promove confiança nas compras online

May 9, 2003 | Conteúdos Em Português

Foi hoje lançado, em Lisboa, o Programa de Acreditação do Comércio Electrónico, através do qual a ACEP atribui um Selo de Acreditação aos sites de comércio electrónico que cumpram requisitos como segurança e privacidade no tratamento de dados pessoais e financeiros, e condições de venda transparentes. A iniciativa, desenvolvida em parceria com a Deloitte Consulting, já tem três candidatos a “acreditações-piloto” a realizar até Agosto.

Presentes na cerimónia realizada no Hotel Carlton, em Lisboa, estiveram Luís Valadares Tavares, presidente da ACEP – Associação do Comércio Electrónico em Portugal, Victor Ferreira, da Comissão Especializada Business to Consumer da associação, Álvaro Silveira, responsável máximo da Deloitte Consulting e Diogo Vasconcelos, coordenador da UMIC.

Valadares Tavares abriu a sessão questionando a plateia sobre o sentido de uma iniciativa desta natureza num momento em que todos os indicadores apontam para uma conjuntura de crise.

Dinamizar não só o sector das vendas electrónicas mas também as empresas a actuar nas áreas de auditoria, tecnologia, comunicação e PME’s em geral, para além do próprio sector público (já que está em curso um sistema de compras públicas), parece ser a resposta.

O programa de Acreditação do Comércio Electrónico, cujo objectivo máximo é contribuir para aumentar a confiança dos consumidores nas transacções realizadas por via via electrónica, visa, através da atribuição de um selo de acreditação, ajudar os internautas a encontrar empresas online que tenham «assumido voluntariamente determinados níveis de compromisso ético e de responsabilidade». Para tanto, a ACEP vai criar uma rede de entidades certificadoras e auditoras que assegurem a certificação e monitorização da conformidade dos sites acreditados.

Como explicou Victor Ferreira, este programa resulta da constituição, ao nível da Comissão Business to Consumer da ACEP (cuja missão é promover acções que levem os consumidores a utilizar o e-commerce como meio preferencial para transacções de bens e serviços), de um Grupo de Trabalho capaz de «criar condições que gerassem confiança no consumidor». O grupo arrancou no final de 2001 e hoje garante segurança, autenticidade, comodidade, rapidez e simplicidade às compras electrónicas, graças à atribuição de um selo de acreditação aos sites nesta área.

Um processo simultaneamente «simples e credível», na opinião de Álvaro Silveira, para quem o fraco desenvolvimento do comércio electrónico em Portugal se deve, em grande parte, à falta de confiança dos consumidores portugueses neste tipo de transacção.

Face a esta realidade, o managing director da Deloitte não quis deixar de evidenciar que a escolha da metodologia de suporte à definição do modelo de acreditação das compras eletrónicas em Portugal passou por uma avaliação das melhores práticas a este nível mundialmente, incluindo o estudo aprofundado de oito “casos de sucesso”.

Álvaro Silveira referiu ainda que ao lançamento do Programa de Acreditação do Comércio Electrónico se seguirá uma fase de “acreditações piloto” em várias entidades, o que deverá acontecer até Agosto. Os sites PMELink (dos grupos Banco Espírito Santo, Caixa Geral de Depósitos e Portugal Telecom) e Chip 7 e o El Corte Inglês são os primeiros candidatos ao projecto, segundo avançou em declarações ao Centro de Contacto Victor Ferreira

A acreditação das empresas de comércio online implica a atribuição de um selo provisório, que será substituído pelo definitivo depois de confirmados, por auditoria, os requisitos exigidos pelo programa, de acordo com o seu Manual de Conformidade.

Esta é uma iniciativa independente, que parte exclusivamente de uma associação autónoma da sociedade civil, sem recurso a qualquer apoio financeiro do Estado, como lembrou o coordenador da UMIC, que considerou simbólico este exercício de «auto-regulação do mercado». Diogo Vasconcelos considerou mesmo «exemplar a nível europeu» o lançamento deste programa pela ACEP.

Um exemplo também para vendedores e compradores portugueses, cuja relação «não tem a fluidez e confiança desejadas», como concluiu o presidente da ACEP.

Gabriela Costa

2003-05-08