2123 — IDC: Mercado de BI em Portugal com crescimento acentuado nos próximos anos

Jun 3, 2003 | Conteúdos Em Português

O volume de despesas em licenças e manutenção de software de Business Intelligence (BI) em Portugal terá crescido quase 50 por cento entre os anos de 2001 e 2006, esperando-se que nesse ano atinja a fasquia dos 15 milhões de euros, revelou hoje o IDC num seminário dedicado à análise de soluções de Enterprise Performance Management (EPM) que teve lugar no CCB. Durante o encontro, a Information Builders apresentou as suas linhas estratégicas para o EPM que se centram sobre o servidor de aplicações WebFocus.

O mercado português de Business Intelligence, actualmente avaliado pelo IDC em cerca de 9,3 milhões de euros (receitas de licenciamento e manutenção de software), deverá crescer sobretudo ao nível das empresas de média dimensão. A taxa de penetração de aplicações de BI em empresas de média dimensão deverá crescer dos actuais 13 para 20 por cento em 2004, enquanto nas grandes empresas evoluirá de 10 para cerca de 14 por cento. Convém, no entanto, salientar que o IDC considera empresas de média dimensão aquelas com um intervalo entre 100 e 499 funcionários.

“No entanto, o Business Intelligence ainda encontra grandes obstáculos ao nível da implementação. Os orçamentos reduzidos e a necessidade de justificar o ROI serão o principal entrave, mas existem depois outras dificuldades como a qualidade dos dados que servem de suporte a aplicações analíticas, a necessidade de mudança da cultura da empresa, a integração de aplicações e a necessidade de ter recursos qualificados,” referiu Jorge Coimbra, administrador da IDC Portugal.

De acordo com um outro estudo realizado pelo IDC a nível internacional, os principais obstáculos à automatização de processos de BI analíticos (como, por exemplo, o Balanced Score Card ) prendem-se com a complexidade das fontes de dados (34 por cento dos inquiridos), a falta de indicadores de medição (23 por cento) e a dificuldade em obter dados em tempo oportuno (21 por cento).

Ane-Lise Wang, research vice president do IDC, estima que as tendências futures do BI analítico passarão por uma melhor integração com a actividade operacional das empresas, pela predominância de abordagens interdepartamentais e pela complexidade crescente das variáveis e do grau de exigência da decisão. Ao nível da interoperabilidade, a analista dinamarquesa acredita que o XML será a norma standard para processos como o Balanced Score Card application interoperability (BSCOL ).

O BSC aliado ao conceito de real-time enterprise é aliás uma das áreas em que a Information Builders está a apostar, através da plataforma WebFocus. António Sousa Mendes, consultor sénior da Information Builders, define o conceito de real-time enterprise como a convergência do BI operacional e do EAI focada nos objectivos de negócio e facilitada pelos avanços das TI.

“Se conhecemos um problema antes que ocorram os seus efeitos práticos, é possível que já não seja um problema. O desafio que se coloca às empresas é o de conseguirem sincronizar cada vez mais o tempo operacional e o tempo da informação,” referiu Sousa Mendes. Para Rui Gaspar, business operations manager, o BSC, entendido não como uma tecnologia, mas como um processo que centraliza e filtra a informação de maneira fácil de localizar e agrupada por sectores, tenderá a descer do nível corporativo para os níveis departamental e mesmo pessoal.

Filipe Samora
2003-06-03

Centro de Informação-DATABASE & BUSINESS INTELLIGE