As Tecnologias da Informação ao serviço da Saúde foram o tema de mais um Encontro Ericsson/Semanário Económico. Moderada pelo presidente da APDSI, José Dias Coelho, esta 5.ª edição divulgou algumas tecnologias inovadoras «que estão a revolucionar a medicina tradicional». O Encontro serviu ainda de palco à apresentação da actual estrutura do Instituto de Gestão Informática e Financeira da Saúde (IGIF) e da visão da Comissão Europeia em relação a esta matéria. O Portal Centro de Contacto publica as apresentações integrais dos oradores presentes neste Encontro.
A Sociedade de Informação pode contribuir em três grandes áreas para o sector da saúde: na relação entre os utentes e o sistema de saúde, na administração de sistemas e em práticas clínicas, como a telemedicina. Para o presidente da Associação Portuguesa para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação, a evolução para um sector que beneficie genericamente das Tecnologias de Informação (TIs) representa «uma corrida a longo prazo», já que «estas modificações só podem ocorrer com insistência e persistência».
Responsável pela Rede de Informação da Saúde, o IGIF é, neste contexto, um organismo fundamental. Esta rede, «uma das maiores (no nosso país), em termos de complexidade e segurança, a nível privado, tem três nós (Lisboa, Porto e Coimbra) ligados a diferentes distritos através de circuitos dedicados.
Para Carlos Ayala Botto, assessor do Conselho de Administração do IGIF, a nova lei Orgânica do IGIF criou uma janela de oportunidade que poderá ser a alavanca de mudança para um reposicionamento como prestador de serviços SI para a Saúde, garantindo simultaneamente a consistência dos SI ao longo da cadeia de valor da Saúde e a liderança dos projectos estratégicos e estruturais. Existem dois vectores de desenvolvimento imediato:
– Desenvolver um novo paradigma de modelo organizacional, posicionando o IGIF como um real prestador de serviços de SI para os seus Clientes, adoptando uma postura empresarial
– Definir e articular os padrões de SI (Arquitectura SI de referência) garantindo linhas condutoras de desenvolvimento sem contudo retirar capacidade de resposta e de decisão às Unidades Core da Saúde.
No que concerne soluções inovadoras aplicadas à Saúde, o serviço NetMédico é uma solução global composta por um conjunto de conteúdos e serviços, integrados e acessíveis por telemóvel e computador. Este sistema funciona com o apoio de um call center que trabalha 24 horas/365 dias por ano, garantindo um atendimento permanente. Segundo Nuno Delerue, administrador delegado da NetSaúde, o Netmédico «beneficia todas as partes interessadas – Estado, Médicos e Utentes – quer pela redução de custos, quer pela maior eficiência dos processos e comodidade para os diversos intervenientes».
Em destaque neste Encontro, no que toca aos últimos desenvolvimentos da Ericsson para o sector da saúde, esteve o MobiHealth, que permite monitorizar os valores físicos em qualquer local, a qualquer momento. Por exemplo, a colocação de Bluethooth em sensores cardíacos, com a implementação de um sistema de comunicação de alerta, pode resolver os problemas de monitorização de doentes crónicos, aumentar a qualidade de vida dos pacientes e reduzir o número de pacientes hospitalizados, explicou Rainer Herzog, responsável de Healthcare Services para a Ericsson na Alemanha, Áustria e Suiça .
De acordo com um caso de estudo da McKinsey, na Alemanha, num universo de 4 milhões de pessoas com asma, se apenas 3% utilizar um sistema de monitorização, isto representa potencialmente uma poupança na ordem dos 60 a 180 mil euros para o Estado.
Financiado pela União Europeia (UE), o projecto MobiHealth decorreu entre Maio de 2002 e Fevereiro de 2004, tendo sido coordenado e gerido pela Ericsson e envolvido 14 parceiros de cinco países europeus. Pretendia-se com este projecto desenvolver e testar novos serviços móveis de valor acrescentado para a área da saúde, promovendo a utilização e implementação das tecnologias GPRS e UMTS na UE .
E foram as principais iniciativas da UE na área da saúde que encerraram este seminário, apresentadas por Mário Romão, Project Officer da Comissão Europeia. Contemplado no programa eEurope 2005, o e-Health refere-se ao uso de modernas tecnologias de informação e comunicações na satisfação de necessidades de cidadãos, doentes, profissionais de cuidados de saúde, prestadores de serviços de saúde e policy makers. Um dos projectos financiados e apoiados pela UE é a implementação de um cartão Europeu de seguro de saúde , que permite que o cidadão europeu, enquanto viajante no espaço comunitário, possa receber serviços de saúde.
Como desafios para uma implementação ampla, destacam-se a interoperabilidade entre os sistemas de e-Health, a falta de regulação e fragmentação do mercado de e-Health na Europa e questões de confidencialidade e segurança. Durante o período de 2004-2008, os Estados Membros devem apoiar a implementação de redes de informação para services e-Health baseados em banda larga fixa e móvel, infra-estruturas móveis e tecnologias grid . Para garantir este desenvolvimento, foi lançado recentemente um plano de acção.
Para aceder às apresentações integrais do V Encontro Ericsson/Semanário Económico As Tecnologias de Informação ao Serviço da Saúde, faça o download dos seguintes links:
NETMÉDICO – Mobilidade em Saúde – Nuno Delerue
eHEALTH POLICIES, PROGRAMMES AND PROJECTS – Mário Romão
A Ericsson e o Semanário Económico estão a promover, desde Maio de 2003, uma série de Encontros cuja principal objectivo é a criação de uma plataforma de debate que verse diversas áreas dentro do sector das telecomunicações. No I Encontro foi debatido o comportamento do consumidor final e possíveis conclusões para um maior desenvolvimento das comunicações móveis. O II Encontro teve como enfoque o terminal móvel enquanto Canal para atingir o consumidor final com serviços e conteúdos, tornando-o numa plataforma de negócio para além da voz. O III Encontro fez uma reflexão sobre o mercado das telecomunicações e o IV debateu a Banda Larga.
2004-05-14
Notícias – Indústria
Em Foco – Opinião
Centro de Informação-ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA