3779 — Videovigilância é emergente no combate a fogos florestais

Dec 7, 2005 | Conteúdos Em Português

CotecInstalações Piloto de Vigilância ElectrónicaA par da profissionalização, a vigilância electrónica, idealmente com recurso a sistemas de detecção através de vídeo, é fulcral para o sucesso do combate aos incêndios florestais, conclui o mais recente estudo da COTEC Portugal, apresentado a 28 de Novembro, em Lisboa. Os resultados de um levantamento da actual Rede Nacional de Postos de Vigia, que integra 236 posições, fazem prever poupanças na ordem dos 10 milhões de euros, dez anos depois de instalado um sistema  de videovigilância, que garantiria a mesma cobertura a nível nacional que a RNPV, mas com apenas 161 torres. O Sistema Nacional de Videovigilância tem um custo previsional de investimento de cerca de 12.6 milhões de euros.

Os resultados desta iniciativa da Associação Empresarial para a Inovação (COTEC Portugal)  revelam quatro prioridades:

– Profissionalizar todos os intervenientes envolvidos no combate aos fogos, privilegiando as questões da formação e da qualificação;

– Centralizar através de um comando único, que garanta a responsabilização das operações de prevenção e combate ao fogo(dotado de recursos próprios);

– Reforçar a qualidade e interoperabilidade dos sistemas de informação e comunicação;

– Aumentar a rapidez e eficácia da primeira intervenção (procurando garantir o sucesso do combate ao fogo nos primeiros 15/20 minutos, de modo a evitar incêndios de grandes proporções, que facilmente se tornam incontroláveis);

Para responder a estas necessidades estratégicas para o País “ardido”, a COTEC propõe a criação de um novo sistema de prevenção e combate a incêndios florestais em Portugal.

Desde logo, criar um corpo autónomo de “sapadores bombeiros florestais”, garantindo-lhes áreas de intervenção e cadeias de comando distintas das dos “bombeiros urbanos” e promovendo a sua profissionalização. Como recordou durante esta apresentação António Costa, ministro da Administração Interna, «a generalidade do País vive com 50 mil bombeiros voluntários» e dos mais de 300 concelhos existentes, «só 22 dispõem de corporações municipais»). Segundo a proposta da COTEC, os novos sapadores florestais actuariam nos meses de Verão e no Inverno fariam trabalho de silvicultura preventiva. Mas o executivo já anunciou a intenção de criar um corpo de intervenção diferente – um Grupo de Protecção e Socorro (com recurso aos actuais guardas florestais), integrado na Guarda Nacional Republicana .

Para Pedro Moura, coordenador deste estudo, «já existe um consenso sobre quais são os problemas reais. Podem é existir diferentes opções». Também Murteira Nabo, presidente da COTEC Portugal , sublinhou que «temos mantido contactos com o Governo ao longo deste processo, e o estudo hoje apresentado não é uma etapa final, mas está aberto a novas alterações».

Questão igualmente consensual é a necessidade emergente de disponibilizar ao sector um sistema de comunicações eficaz, situação que se tem vindo a arrastar nos últimos anos, com as conhecidas dificuldades na implementação do SIRESP – Sistema Integrado das Redes de Emergência e Segurança de Portugal.

A COTEC propõe, com base nas conclusões retiradas da análise da actual RNPV, a criação de uma nova rede de postos de vigia, melhorada e dotada dos sistemas de comunicações indispensáveis. Esta rede deverá, a longo prazo, ser substituída por meios tecnologicamente mais sofisticados de vigilância electrónica, nomeadamente sistemas de detecção por videovigilância.

Fernando Moreira, do INOV-Inesc Inovação, coordenou o levantamento recente e «rigoroso» da RNPV, concluindo que a evolução do actual sistema desta rede – que integra 236 postos – para um projecto assente num Sistema Nacional de Videovigilância (SNV) poderá originar «poupanças na ordem dos 10 milhões de euros», dez anos depois de instalado o SNV, «tendo em conta tanto os custos de investimento (estimados em 12.6 milhões de euros) como os de exploração». Resta acrescentar que bastariam 161 torres de videovigilância para garantir uma cobertura nacional ligeiramente superior à da actual RNPV na detecção de incêndios e acompanhamento remoto em tempo real.

A montante, a COTEC defende o apoio por instrumentos de maior intensidade científica e tecnológica, como as cartas de risco estrutural de incêndio, com as cartas de risco dinâmico de incêndio (suportadas por disponibilização em contínuo de informação de índole meteorológica) e modelos de comportamento do fogo.

O presidente da República, Jorge Sampaio, encerrou a sessão com um apelo a todos os portugueses, para que «participem na discussão pública dos diplomas» de combate a incêndio, de modo a que se criem «consensos». Sampaio afirmou que é preciso «assumir uma nova atitude de prevenção, de defesa e respeito pelo ambiente», sublinhando a importância do aproveitamento que está ser feito da «capacidade científica e tecnológica no apoio a este problema nacional».

Mais informações sobre a Iniciativa COTEC Incêndios Florestais

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