637 — Activos e necessidades dos sectores da banca e das telecomunicações são complementares

Sep 27, 2002 | Conteúdos Em Português

apdclogoLisboa, 26 de Setembro de 2002 – A APDC – Associação Portuguesa para o Desenvolvimento das Comunicações (www.apdc.pt), levou no passado dia 24 à Alfândega do Porto um jantar-debate com a participação de Artur Santos Silva, Presidente do Grupo BPI. Este evento realizou-se no âmbito do ciclo de debates levado a cabo pela APDC sob a temática do Sistema Financeiro e as Tecnologias da Informação.

O orador convidado começou com uma breve resenha histórica que situou os sectores da banca, telecomunicações e media nos anos 80 e pretendeu demonstrar alguns paralelismos entre a evolução destas indústrias. “Face ao desenho dos mercados na década de 80, podemos afirmar que, em qualquer dos três casos, a privatização e a liberalização alavancaram alterações radicais nestes sectores”.

Novos canais de relacionamento são complementares e não substitutivos dos canais tradicionais

Segundo o orador, o impacto das Tecnologias da Informação na Indústria Financeira revela-se em quatro dimensões: alterações a nível do processamento da informação (informatização do processamento das operações bancárias, da informação interna e externa com que os bancos trabalham, automatização dos processos de gestão e decisão); alterações no tratamento e gestão de bases de dados (a gestão de bases de clientes e outras bases cruzadas são um dos grandes segredos de sucesso das instituições financeiras); alterações na organização e gestão dos canais de distribuição à distância (redes ATM, call centers e Internet banking); possibilidade de integração e uniformização das redes de vendas.

“As consequências são evidentes ao nível da capacidade de acesso à informação, da capacidade de decisão, da velocidade de tratamento de dados, produtividade, agilidade de gestão e configuração dos sistemas de distribuição, originando novas necessidades em termos de formação e de capital”.

Os bancos prestam serviços financeiros a empresas de telecomunicações que, face a uma elevada necessidade de capitais, são um dos principais clientes das instituições bancárias. Esta relação de complementaridade é bidireccional uma vez que as empresas de TI, com as suas redes de informação e know-how, prestam serviços à banca que se torna um dos maiores consumidores de comunicações.

Evolução tecnológica e perspectivas futuras no sector bancário europeu

A banca online apresenta, segundo Santos Silva, boas perspectivas de crescimento até 2004. Entre 2000 e 2004, o crescimento médio aproxima-se dos 40% ao ano e prevê-se que, dos 122 milhões de clientes da banca online em 2004, cerca de metade dos utilizadores seja europeu. A Suécia e a Espanha encabeçam a lista da população mais receptiva às soluções de mobile banking.

“Neste momento, a criação de valor passa por processos de parceria entre estes sectores com uma colaboração de recursos e identificação de sinergias”, afirmou o orador com exemplos de parcerias no âmbito dos pagamentos móveis e do e-commerce.

Marca BPI como instrumento fundamental do sucesso do grupo

Augusto Santos Silva focou especificamente o percurso do BPI em termos de estratégia enfatizando a sua dimensão actual de 30 mil milhões de activos e o papel estratégico do brand building no posicionamento actual desta instituição.

“Em 1999, quando lançámos a marca BPI, éramos a oitava marca bancária, com uma notoriedade espontânea relativamente baixa. A estratégia prosseguida baseada em campanhas televisivas e na utilização massiva de outdoors conduziu-nos ao terceiro lugar do ranking das marcas mais fortes”.

Em termos de objectivos, pretendeu-se associar um conjunto de atributos de marca relacionados com a confiança, solidez, harmonia, transparência e disponibilidade.

“A marca é um activo estratégico e uma alavanca de crescimento fundamental. A nossa preocupação é defender a notoriedade, aprofundar os atributos do serviço, dinamizar os factores de diferenciação e criar condições para uma maior especialização e segmentação dos serviços. A aposta numa marca única ao longo dos anos pretendeu aumentar a visibilidade, credibilizar os canais remotos e aumentar o poder de mercado”, concluiu.

O espaço de debate permitiu que o orador se manifestasse em relação aos investimentos do BPI no operador incumbente. Artur Santos Silva considera que este não é um investimento estratégico mas um investimento financeiro que será convenientemente remunerador a longo-prazo. “O sector das telecomunicações tem uma importância decisiva no futuro das sociedades modernas e como tal consideramos que este é um investimento positivo num sector de potencial valorização”.

SOBRE A APDC

A APDC – Associação Portuguesa para o Desenvolvimento das Comunicações, foi criada em Novembro de 1984, como instituição de utilidade pública sem fins lucrativos. Com a missão de acompanhar de muito perto a evolução do sector em Portugal e gerar um polo de debate, a APDC tem vindo a desenvolver actividades, desde então, no sentido de reflectir as grandes tendências deste mercado na sociedade portuguesa.

Hoje, com cerca de 2000 sócios individuais e cerca de 200 empresas associadas, a APDC fomenta e desenvolve várias actividades ao longo do ano, desde seminários a jantares-debate, passando pela criação de um novo certame dedicado à área do Multimédia, até à publicação mensal da revista Comunicações, atingindo o auge das suas actividades com a realização anual do Congresso das Comunicações, este ano na sua 12ª edição.

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