1204 — Cidadania e Comunicação

Nov 26, 2002 | Conteúdos Em Português

A cidadania e comunicação foram a debate no Congresso das Comunicações, uma conferência interactiva com possibilidade de votação via iPAQ – disponível no stand da Accenture – via SMS e via Internet. Conceição Casanova abriu, novamente, o debate, na esperança que aparecesse o moderador, Carlos Magno, que noutra ocasião a trocou por um almoço com Pinto da Costa. Desta vez isso não aconteceu, o jornalista apareceu e o debate prosseguiu.

“O circo é um elemento fundamental da governação”, disse Pacheco Pereira, em tom provocatório, e salientou o “crescente predomínio do circo sobre o pão”. Essa visão apocalíptica da democracia foi partilhada por todo o painel, sendo que João Vale de Almeida, da Comissão Europeia, falou, mesmo, de uma “crise da democracia representativa”. De quem é a culpa? “Os comunicadores não são os culpados da crise da democracia representativa, mas têm uma responsabilidade acrescida”, garantiu Vale de Almeida. Num tom irónico e bem humorado, Miguel Beleza, do BCP, partilhou da visão apocalíptica da democracia electrónica.

Pacheco Pereira apontou os grandes problemas das tecnologias. O deputado do Parlamento Europeu assegura que “as tecnologias da informação (TI) são excelentes instrumentos de opressão ou de liberdade, depende do módulo de organização da sociedade”. Assim, as TI vão reproduzir a riqueza e a pobreza: “o grande mecanismo de reprodução da desigualdade vai ser o mundo virtual disponibilizado pelas tecnologias”, garante Pacheco Pereira . Outro problema das TI é o regresso ao mito de Aldeia Global, assegura o eurodeputado, uma vez que “ninguém tem privacidade na Aldeia Global”.

Sandra Pestana

2002-11-26

Dossiers-Plano Editorial