1210 — José Magalhães “enfrenta” Valadares Tavares

Nov 27, 2002 | Conteúdos Em Português

Frente a FrenteO primeiro dia do 12.º Congresso das Comunicações encerrou com um frente a frente entre José Magalhães, do Grupo Parlamentar do PS e Luís Valadares Tavares, do Instituto Superior Técnico. O debate, intitulado ‘Sociedade de Informação: realidade da ficção ou ficção da realidade?’ , foi moderado por José Alberto Carvalho, da RTP e rumou em direcção à “Sociedade do Conhecimento”, deixando no ar muitas questões relacionadas com o estado actual da SI, em Portugal.

«Que caminho estamos a trilhar, em Portugal e na Europa, rumo à SI?» Foi com esta pergunta que José Alberto Carvalho abriu o debate centrado na realidade da ficção ou ficção da realidade da SI .

Valadares Tavares lançou o desafio, a instrumental «SI só tem interesse se seguir pelo caminho da “Sociedade do Conhecimento”». Com base num estudo que avaliou o desenvolvimento do País face a quatro factores inerentes ao paradigma da SI – Informação; Conhecimento; Utilização e Rendimento , o professor universitário salientou que «o índice mais alto é o do rendimento, enquanto a utilização do conhecimento é aquele em nos posicionamos mais abaixo nesta escala».

Questionando a teoria de que o Estado deve ser subsidiante, Valadares Tavares afirmou que «o Estado devia, sim, transformar-se, ao nível de uma cultura e gestão de e pela informação, gerando mercados, regulando, ou apoiando a procura, a cooperação e a competitividade interna».

Aludindo à representação, no debate, do papel do Estado, na sua pessoa e no da Sociedade, pela voz do seu interlocutor, José Magalhães ironizou, afirmando «contudo, não vou vender a marca do “País de tanga digital». E sublinhou, «pelo contrário, Portugal tem contribuído para a viragem europeia em matéria de SI, na qual a Cimeira de Lisboa teve a sua expressão».

Considerando que a modernização da Administração Pública é uma «arma estratégica para acertar o passo com os países mais avançados», o deputado do PS mostrou-se indignado perante a recente extinção do Observatório da Ciência e Tecnologia, que classificou como «um erro com repercussões negativas para a SI ».

Em aberto ficaram as principais questões relacionadas com os problemas emergentes no domínio das TMT e SI. José Magalhães manifestou-se muito preocupado com o desfecho da liberalização da rede fixa e com a problemática em torno do 4.º operador de UMTS. Por outro lado, Valadares Tavares perspectivou, para 2003, a avaliação de alguns aspectos de fundo: porque temos um nível tão baixo de “Sociedade do Conhecimento”; porque participamos tão pouco no esforço de ID da União Europeia para a SI ; e, porque insistimos em basear o papel do Estado na função subsidiante?

Gabriela Costa
([email protected])

2002-11-26

Dossiers-Plano Editorial