2262 — Arrancaram os Grupos de Trabalho para a Task Force IPv6

Jul 17, 2003 | Conteúdos Em Português

Protocolo IPv6Da 2.ª reunião da Task-Force IPv6 portuguesa, que reuniu ontem em Lisboa a FCCN e várias empresas, organismos públicos e universidades envolvidos na iniciativa, saíram cinco Grupos de Trabalho e três coordenadores. A base necessária para que o projecto passe à acção e se torne público, por exemplo através de uma possível participação na Expotelecom .

 

Depois do primeiro encontro entre a FCCN, Fundação para a Computação Científica Nacional – mentora da iniciativa em colaboração com a UMIC, Unidade Missão Inovação e Conhecimento – e as demais entidades envolvidas neste projecto, que decorreu em Fevereiro para assinalar o arranque da task force, a reunião de ontem teve por objectivo ultimar a proposta dos Grupos de Trabalho e lançar os dados para definir os coordenadores que irão dinamizar cada uma das áreas.

As entidades interessadas na Task Force IPv6 estendem-se pela indústria de telecomunicações, fornecedores de equipamentos de rede, de servidores e de aplicações, incluindo empresas como a Cisco Systems, Ericsson, KPNQwest, NFSI, Oni Telecom, Optimus, PT Inovação, Sun Microsystems, Telepac/PTM e Vodafone .

Organismos como a ANACOM, Citeforma, INETI – Instituto Nacional de Engenharia e Tecnologia Indústrial e Instituto de Investigação Científica Tropical estão também representados.

Do meio académico associam-se à iniciativa a ESTG-IPGuarda, o Instituto Politécnico de Tomar/IT – Polo de Aveiro, Instituto Superior Técnico, Universidade Nova de Lisboa e as Universidades de Coimbra, Évora, Minho e Porto .

Como é sabido, a tecnologia IPv6 começou a ser desenvolvida para colmatar as limitações identificadas no protocolo base da Internet, o IPv4. Neste contexto, a missão da recém-criada task force é «contribuir para que todas as empresas portuguesas envolvidas na área das tecnologias na Internet se preparem atempadamente e de modo adequado para a adopção do protocolo IPv6 e possam contribuir para os esforços da União Europeia nesta área».

Nesta 2.ª reunião preparatória, o mais importante ponto na ordem de trabalhos foi a definição, entre os participantes, dos Grupos de Trabalho que irão discutir temáticas de interesse para o IPv6, os quais foram reagrupados, face ao inicialmente previsto, em cinco temáticas:

Grupo 1: Administração e boas práticas ;
Grupo 2: Interligação e inter-funcionamento ;
Grupo 3: Operação e gestão de backbones e acessos ;
Grupo 4: Redes locais e aplicações ;
Grupo 5: Formação e divulgação .

No 1.º grupo incluem-se processos de endereçamento, registo de políticas de routing, reverse mappings e entidades reguladoras, entre outros.

No segundo, a interligação de serviços – entre inter-operadores, principalmente – e os processos de alargamento da base instalada IPv6, bem como da sua integração com o IPv4, estarão na ordem do dia. Nesta temática, «o regulador tem um papel especial, pelo que a sua participação deverá ser encorajada», avançam os responsáveis da FCCN .

Durante a reunião, a ANACOM teve oportunidade de demonstrar o seu empenho na promoção do IPv6 como substituto do IPv4, mas Óscar Estevão Carvalho, em sua representação, ressalvou que «o documento (de base à constituição dos Grupos de Trabalho ) não concretiza como é que essa promoção se irá fazer, na prática».

Pedro Veiga, presidente da FCCNEm resposta, Pedro Veiga, coordenador da Task Force IPv6 e presidente da FCCN  afirmou esperar que «os intervenientes aqui reunidos me ajudem a objectivar isso mesmo».

A Operação e gestão de backbones e acessos abordará questões relativas ao suporte IPv6 que existe no actual mercado de telecomunicações nacional – em tecnologias de acesso tão díspares como ADSL, Cabo, RDIS, Ethernet, Wi-fi, GSM ou UMTS. Mas estende-se também aos protocolos internos de encaminhamento (routing ), à integração com sistemas de informação ou a problemas de redundância, fiabilidade ou segurança.

No Grupo 4, dedicado às questões LAN, estará em destaque o ambiente de redes locais, como o suporte aplicacional e de sistemas operativos, firewalling e segurança, ou auto-configuração e gestão.

Finalmente a formação em IPv6 e a divulgação das vantagens do IPv6 é o objectivo do Grupo 5, que irá concentrar-se em todas as acções «que possam contribuir para que em Portugal existam quadros técnicos preparados para tratar de uma Internet suportada em IPv6». Preocupado em divulgar o IPv6, Pedro Veiga propôs a realização de comunicados de imprensa regulares, à medida que avançarem os trabalhos da recém-criada estrutura, de modo a «divulgar que a task force existe e está empenhada na problemática do IPv6 ».

Outro veículo de divulgação pública desta iniciativa poderá ser a participação da Task Force IPv6 portuguesa em eventos do sector. Oferecendo-se para contribuir com o custo do aluguer de um expositor na Expotelecom (que decorre na FIL entre 23 e 26 de Outubro, integrando a Feira da Convergência, a par com a Inforpor), a FCCN, representada por Pedro Veiga, sugeriu uma participação da task force no evento, através da realização de testes de interoperação em IPv6 por parte dos parceiros interessados. A Cisco louvou a iniciativa e ofereceu-se imediatamente para participar.

FCCNOutra importante decisão, que ficou parcialmente cumprida, foi a atribuição de coordenadores aos Grupos de Trabalho. Nesta fase, voluntariaram-se para ocupar a tarefa de dinamizar cada task force e relatar periodicamente o resultado das suas actividades, João Nuno Ferreira, da FCCN, que irá coordenar o Grupo 1 – Administração e boas práticasMário Filipe, da Universidade de Évora, que irá ocupar-se do grupo Redes Locais e Aplicações e o próprio Pedro Veiga, coordenador do grupo Formação e Divulgação.

De referir que João Nuno Ferreira foi a pessoa «responsável pela definição da maior parte das propostas» iniciais para a constituição desta estrutura, como afirmou, tendo manifestado a sua disponibilidade para participar activamente em vários Grupos de Trabalho .

A atribuição de coordenadores aos Grupos de Trabalho é, para o coordenador do projecto uma questão primordial, sem a qual estes grupos não podem ter continuidade. Pedro Veiga insistiu várias vezes que, caso não se achem coordenadores para cada uma das temáticas, o respectivo Grupo de Trabalho «deverá cair». Pragmatismo foi a palavra a que recorreu para justificar a importância deste ponto.

Resta aguardar pela disponibilidade de outros representantes empresariais, de entidades públicas ou académicos para pôr em prática os grupos de Interligação e Inter-funcionamento e de Operação e gestão de backbones e acessos .

A task force portuguesa vai «pautar a sua actuação por uma constante adaptação às necessidades que a integração do protocolo IPv6 venha a impor», mas desta 2.ª reunião (a última com carácter preparatório, já que as próximas deverão ser de índole operacional, segundo Pedro Veiga ) saíram quatro objectivos primordiais:

– Manter um sítio na Internet actualizado sobre as actividades da task force (www.ipv6-tf.com.pt)

– Estudar e publicar documentos que apresentem os planos de adopção do IPv6 nas redes das instituições e empresas que representam;

– Apoiar uma maior divulgação do IPv6 e desenvolver acções educativas sobre este protocolo – nas instituições
académicas, através da integração do estudo do IPv6 nos programas curriculares adequados e nas empresas, através da oferta de soluções formativas em IPv6;

– Reforçar, recorrendo à intervenção da FCCN, o apoio da utilização do IPv6 nas redes nacionais e europeias de investigação.

Os vários intervenientes neste projecto combinaram comunicar entre si, nas próximas semanas, realtivamente a questões como a participação na Expotelecom ou a definição de mais coordenadores, mas não ficou agendada qualquer reunião de trabalho a breve prazo.

Gabriela Costa

2003-07-17

http://www.ipv6-tf.com.pt

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