2274 — Receitas do 2º trimestre da SAP revelam sinais de crise no licenciamento de aplicações

Jul 21, 2003 | Conteúdos Em Português

Apesar de ter registado lucros no segundo trimestre de 2003, as receitas de licenciamento relativas ao software da multinacional alemã SAP foram de 431 milhões de euros, menos 13 por cento do que no período homólogo do ano anterior, acompanhando assim a tendência das suas arqui-rivais Siebel e Oracle. À semelhança do que tinha acontecido aquando da divulgação dos resultados da Siebel, também Henning Kagermann, CEO da SAP, apontou a incerteza criada pelo processo Oracle vs. Peoplesoft como catalisadora dos resultados do trimestre.

“O ambiente de negócio permanece adverso, mas registámos um melhor desempenho que a maioria dos nossos concorrentes e, o que é mais importante, conseguimos mais uma vez alcançar os nossos objectivos, que passavam pela melhoria das margens operacionais e pela conquista de quota de mercado,” referiu Kagermann.

As recitas totais relativas ao segundo trimestre de 2003 desceram 8 por cento, para 1,6 mil milhões de euros (1,8 mil milhões de euros), enquanto os resultados líquidos para o segundo trimestre de 2003 atingiram os 219 milhões de euros, ou 71 cêntimos por acção (-232 milhões em 2002 / -74 cêntimos por acção, em resultado dos custos associados à descontinuação do Commerce One). Os resultados operacionais cresceram 6 por cento, para 340 milhões de euros (contra os 320 milhões registados no período homólogo)

Como consequência destes resultados Henning Kagermann e o seu global sales chief, Leo Apotheker dispararam naquilo que consideram ser “uma atitude anti-profissional e adolescente, quer da PeopleSoft, quer da Oracle”. Os dois responsáveis pela multinacional germânica crêem que a incerteza causada em torno de uma possível fusão entre as duas empresas está atrasar a compra de soluções por parte dos clientes.

“Alguns dos negócios que deveriam ter sido fechados no segundo semestre irão arrastar-se para o terceiro,” referiu Apotheker acrescentando que o aumento dos ciclos de venda está também a colocar uma pressão nos preços e nas margens de lucro. “Não se sabe quanto irá durar esta pressão. Tudo irá depender do desfecho [da batalha entre a Oracle e a PeopleSoft]. Se se arrastar por mais um ano, o que é possível, acredito que a pressão sobre os preços irá cessar”.

Filipe Samora
2003-07-21

Centro de Informação-DATABASE & BUSINESS INTELLIGE