2713 — WCS 2004 lança discussão sobre Wireless em Portugal

Jan 23, 2004 | Conteúdos Em Português

WCS 2004O Wireless Communication Symposium, que terminou ontem, em Lisboa, reuniu durante dois dias líderes de negócios e tecnologias em torno das questões emergentes nas comunicações sem fios, como as Aplicações wireless – de voz, vídeo ou dados, por exemplo – ou o tema sempre implícito da Segurança. Em entrevista ao Centro de Contacto, o administrador do WCS, Hassan Claussen, traça um balanço optimista desta iniciativa, que terá continuidade não só na Europa – através de outras quatro conferências previstas para 2004 – como em Portugal, onde já se projectam up-grades deste evento.

Centro de Contacto – Quais foram os temas “quentes” abordados no WCS 2004?
Hassan Claussen
– Durante o evento falou-se de tecnologia, mas também de casos práticos, tendo sido apresentadas algumas implementações, durante o painel dedicado aos case studies, o que é importante. O wireless é uma tecnologia discutida há muitos anos, mas que só agora começou a ter aplicações. O que, aliás, tem a ver com a questão da Segurança, outro tema bastante abordado nesta conferência. As empresas utilizam wireless para ter acesso a dados críticos e para isso precisam do máximo de segurança.

CC – Destaca então o tema da Segurança, nesta discussão?
HC –
Sim, foi um dos grandes temas desta conferência. O painel dedicado à Segurança teve um grande sucesso, para o que contribuiu a intervenção do prof. Veríssimo, da Universidade de Lisboa, que tem uma capacidade extraordinária nesta área. Esta sessão foi muito importante porque veio dizer à plateia que, para implementar uma rede sem fios, uma empresa tem que planear muito bem os riscos, e estar consciente de que pode não funcionar tudo a cem por cento.
Por outro lado, os case studies que foram apresentados demonstraram que os custos desta implementação são hoje mais acessíveis, por isso as empresas começam mesmo a utilizar soluções Wireless. Sem dúvida estes dois temas – Segurança e Aplicações – marcaram o debate, que foi bastante interessante.
Outro tema “quente” foram os Hot Spots, aqui demonstrados através da instalação Wireless da Vodafone, no hall (do Hotel Meridién), que permitiu aos participantes acederem à Internet a partir dos seus PC’s portáteis. Sobre as redes de acesso público Wireless foi muito interessante ouvir falar os protagonistas do projecto E-U, (destinado a implementar estas soluções nas universidades), que é hoje, em termos mundiais, uma referência.

CC – Comparativamente ao exemplo europeu, como é que se comporta o mercado português de serviços Wireless, quer no meio empresarial quer para os cidadãos, através dos projectos do Governo para a Banda Larga e para a Sociedade da Informação, em geral?
HC –
O projecto para dotar as universidades do país com redes sem fios, é como lhe digo, uma referência que nada tem a temer perante a experiência de outros países europeus.
Mas em termos empresariais, Portugal está no arranque, no que concerne a implementação de soluções deste tipo. Note-se que o tema da Segurança, aplicado a esta tecnologia, só agora começa a ser debatido e assim, só agora começa a fazer sentido pensar em implementar redes Wireless nas empresas.

CC – Mas quais são os primeiros passos que as empresas devem dar para adoptarem o Wireless?
HC –
Como em qualquer projecto de implementação de TI’s, é necessário fazer um planeamento dos custos, segurança e fidelidade da rede. A grande vantagem do Wireless é obviamente a mobilidade, o acesso à informação a partir de qualquer ponto, fora do escritório. Julgo que vamos ter cada vez mais soluções de integração de voz e vídeo, através destas redes.

CC – Se bem que a integração com vídeo é um passo ainda distante, pelo que foi aqui referido…
HC –
Exacto, mas são estas aplicações que tornam o Wireless realmente atractivo para as empresas. Não se trata apenas de utilizar a tecnologia, mas de beneficiar das suas aplicações. Tivémos durante o evento uma demonstração da IBM, utilizando um Acess Point Wireless que permite comunicar com telemóveis através de uma rede de dados Wireless. Isto é um exemplo da mobilidade que as empresas desejam.

CC – Que balanço faz do evento ao nível de afluência e nível do debate?
HC –
O feed back da assistência foi um espectáculo. Os formulários de opinião sobre o evento que os participantes preencheram revelam níveis de satisfação elevados. Estiveram presentes cerca de 120 pessoas de áreas tão diversas como Telecomunicaçoes, TI’s, Administração Pública, Banca, Grandes Empresas ou meio académico, com sete universidades do País representadas. O workshop que antecedeu a conferência reuniu cerca de 45 formandos em duas sessões técnicas, com demonstrações.

CC – O WCS 2004 foi a primeira de cinco conferências a nível europeu que a organização planeia fazer ainda este ano. Esse projecto saiu daqui reforçado?
HC –
Sem dúvida, a próxima conferência irá realizar-se em Madrid, mas ainda não tem data marcada. Depois deste exemplo, o tema irá ter continuidade não só a nível europeu, com as conferências, mas também em Portugal, onde estamos a pensar reforçar esta iniciativa com eventos dedicados aos updates do Wireless, onde se possam discutir todas as novidades que forem surgindo. Fazia falta um evento dedicado às tecnologias Wireless, de um modo abrangente.

2004-01-23

Centro de Informação-ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
Em Foco – Pessoa