A Casa do Futuro Interactiva tem uma nova função social, através de soluções tecnologicamente inovadoras que a colocam ao serviço das pessoas com necessidades especiais. O projecto, que integra novidades como a Suite da Avó e uma divisão de Home Cinema, foi apresentado publicamente pela Fundação Portuguesa das Comunicações no dia 17 de Maio, no âmbito das Comemorações do Dia Mundial das Telecomunicações.
O projecto sofreu alterações de fundo que visaram eliminar obstáculos, melhorar as acessibilidades e sensibilizar os visitantes para as necessidades especiais dos cidadãos e/ou idosos, dando lugar a upgrades tecnológicos em termos de automação doméstica, comunicações e entretenimento.
É o caso de uma cadeira de rodas com um software que «revoluciona a vida dos utilizadores», através de um Tablet PC controlado pelo tacto ou através de um manípulo, que permite aceder a todas as funções que comandam a Casa do Futuro. Nesta cadeira de rodas o utilizador pode, por exemplo, telefonar sem recurso à fala, acender e apagar luzes ou utilizar as funções de um rato no PC com apenas um movimento, programável de acordo com a disfunção motora do indivíduo.
Os upgrades incluem também um telefone que traduz texto em fala, através de uma solução text-to-speech, para deficientes auditivos; uma solução de e-learning para deficientes visuais e uma aplicação que permite aos surdos utilizarem a gesticulação como interface com alguns equipamentos, como a televisão, os estores ou o grau de transparência dos vidros.
Foram ainda reforçadas as funcionalidades de vigilância e segurança da Casa, nomeadamente na “Suite da Avó“, uma divisão construída a pensar nas necessidades dos idosos, que pretende facilitar a interacção de idosos e deficientes com as suas famílias, através das tecnologias.
Para Gonçalo Areia, da Fundação Portuguesa das Comunicações, a Suite da Avó é um marco na evolução, em 2004, da Casa do Futuro para uma área «de grande interesse social», como é a das Necessidades Especiais. Na sua opinião, o espaço dedicado aos mais idosos facilita a comunicação com as famílias, num «habitat correcto» que proporciona alguma independência, aliando soluções modernas de conforto às «recordações vivênciais da Avó» (ou do avô, diríamos).
As novidades passam ainda por um novo espaço de home-cinema e pela disponibilização de uma cadeira de rodas que permite ultrapassar dificuldades graves de coordenação motora.
Aos cerca de cinquenta parceiros envolvidos nesta iniciativa, juntaram-se, nesta nova versão da Casa do Futuro, uma série de organizações especializadas nas áreas de deficiências visuais, auditivas, neuromotoras e cognitivas, como o Secretariado Nacional de Reabilitação e Integração das Pessoas com Deficiência, a Liga Portuguesa dos Deficientes Motores, a Federação Nacional das Cercis, a Associação Portuguesa de Surdos, a Confederação Nacional de Organizações de Deficientes e a Associação de Cegos e Amblíopes de Portugal , com as quais foram estabelecidos protocolos de cooperação e aconselhamento.
A Direcção de Infoexclusão e Necessidades Especiais da Fundação Portugal Telecom tem a seu cargo, neste projecto, o diálogo com estas organizações, o levantamento de soluções de acessibilidade e a parceria com empresas especializadas na área da deficiência.
Celebrando o Dia Mundial das Telecomunicações, a Fundação Portuguesa das Comunicações inaugurou também na Segunda-feira passada uma exposição dedicada aos 100 anos da Ligação Telefónica Lisboa/Porto e um novo espaço na sua biblioteca.
Por Gabriela Costa
2004-05-19
Em Foco – Opinião