3027 — Telemedicina tem um problema organizacional

Jun 30, 2004 | Conteúdos Em Português

Dias Coelho, presidente direcção APDSI«As restrições que existem ao desenvolvimento da Telemedicina em Portugal não são de natureza tecnológica. Está provado que (ela) funciona e que é economicamente eficaz. O problema é organizacional». TelemedicinaDeclarações de Dias Coelho, presidente da direcção da APDSI, ao Centro de Contacto, à margem da Jornada e-Medicina 2004, que decorreu ontem em Lisboa.

Centro de ContactoEm que medida a saúde é uma área chave para o desenvolvimento da Sociedade de Informação (SI) em Portugal?
José Dias Coelho – É nossa convicção que a SI tem contributos em muitas áreas, uma delas a da Saúde, de grande importância social. Enquanto Associação para a Promoção e Desenvolvimento da Sociedade de Informação em Portugal, achamos que é nosso dever contribuir para que se explorem as vantagens, para a sociedade, de uma utilização adequada das TI , no contexto da Saúde.

CCComo vê a Telemedicina no âmbito da Sociedade de Informação?
DC – A Telemedicina é uma componente das práticas clínicas para a qual os instrumentos da SI dão um contributo importante – como ficou aqui evidenciado -, nomeadamente nas regiões mais carenciadas e com menores acessos (e nos casos onde as listas de espera são mais flagrantes, acrescentaríamos).
É, no fundo, um meio que a Sociedade de Informação e do Conhecimento permite e que contribui para a melhoria da prestação dos cuidados de saúde.

CC – Acha que a Telemedicina não está mais desenvolvida em Portugal por alguma condicionante tecnológica do foro da SI ou meramente por questões de ordem organizacional?
DC – As restrições que existem não são de natureza tecnológica, a tecnologia está hoje bem testada neste domínio. Está provado que funciona e que é economicamente eficaz: reduz os custos e enriquece a experiência dos clínicos. O problema nesta área, como noutras, é organizacional.
Infelizmente, aplica-se à saúde em Portugal a incapacidade que temos demonstrado no passado de construir sobre o trabalho feito. Quando muda o Governo ou o ministro, esse trabalho é desperdiçado.

Para Dias Coelho, iniciativas como esta ou como as Jornadas e-Saúde, organizadas pela APDSI e das quais saiu um estudo cujos resultados serão apresentados no próximo dia 15 de Julho , servem para «colmatar os períodos menos bons que resultam dos ciclos políticos».

Gabriela Costa

2004-06-30

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