3199 — Hospitais SA: Ministro da Saúde apresenta Balanço no “bom caminho”

Oct 4, 2004 | Conteúdos Em Português

Unidade de MIssão Hospitais SAO ministro da Saúde considerou na passada Quinta-feira que o balanço dos 31 hospitais com gestão empresarial indica que se está no ‘bom caminho’ e justificou algumas discrepâncias nas contas apresentadas com o «aperfeiçoamento» realizado na contabilidade das unidades, avançou a Lusa.

Os resultados finais de 2003 e o balanço do primeiro semestre de 2004 foram apresentados no dia 30 de Setembro pelo governante, em Lisboa, e indicam que os 31 hospitais transformados em sociedades anónimas (SA) registaram, até ao final do ano passado, um resultado líquido negativo de 126 milhões de euros (com um total de proveitos de 1.864 milhões de euros e um total de custos de 1.991 milhões de euros).

Durante o primeiro semestre deste ano, as contas da tutela revelam que, até Junho, os hospitais SA registaram um défice de 48 milhões de euros, prevendo o Ministério da Saúde (MS) que, até ao final do ano, esse valor atinja os 94 milhões de euros.

Confrontado pelos jornalistas com diferenças entre o balanço do primeiro semestre de 2003 apresentado em Março, e o balanço sobre o mesmo período agora divulgado, José Carlos Caiado, técnico da Unidade de Missão Hospitais SA , justificou-as com um «aperfeiçoamento» na contabilidade das unidades.

Segundo o responsável, após a transformação em SA, em Dezembro de 2002, e ao longo de 2003, os hospitais começaram a alterar a sua forma de registo de contas, passando a «contabilizar-se mensalmente todos os proveitos e todos os custos, o que não era feito anteriormente» pelas unidades. José Carlos Caiado adiantou igualmente que, quando os resultados foram apresentados, existiam ainda SA que não tinham feito as suas assembleias-gerais e, portanto, não tinham fechado contas, o que se passou com as unidades de S. Teotónio e Santa Marta.

A justificação foi reforçada pelo ministro da Saúde, Luís Filipe Pereira: «à medida que vamos avançando, vamos aperfeiçoando a experiência em exercício. É um processo de aprendizagem’, afirmou. «A partir de 2004 estamos a seguir um modelo que não é o tradicional do sector público», frisou.

Realçando que «uma reforma profunda não se alcança de um dia para o outro», Luís Filipe Pereira afastou suspeitas de falta de transparência nas contas, argumentando que a informação fornecida é «completa, segura» e «reflecte a realidade».

Frisando que a informação agora divulgada foi «testada e validada por revisores oficiais de contas», o ministro enfatizou que os resultados dos SA são um «desmentido claro do que se diz, que o que estamos a tentar é fazer com que os hospitais tenham grandes perdas, para depois o sector privado tomar conta». «É completamente falso. Os hospitais SA não são privados, não precisamos que sejam. São hospitais públicos geridos de forma empresarial», defendeu.

Em matéria de produção, os resultados hoje apresentados indicam que as unidades SA realizaram, nos primeiros seis meses deste ano, mais consultas externas, mais intervenções cirúrgicas e menos atendimentos urgentes, em relação a0 mesmo período do ano passado.

 
Fonte: Agência Lusa

2004-10-01

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