3237 — Comércio Electrónico canal ou modelo de negócio?

Nov 10, 2004 | Conteúdos Em Português

14.º Congresso das Comunicações - APDC«A Internet configura muito mais um canal do que poderá estruturar por si só um modelo de negócio». Uma ideia defendida por José Crespo de Carvalho, Professor Catedrático no ISCTE, durante a sua intervenção no 14º Congresso das Comunicações, na sessão subordinada ao tema “Comércio Electrónico: do virtual para o real”.
 

Socorrendo-se de dados recolhidos pelo ISCTE e Marktest, Crespo de Carvalho dividiu o universo de utilizadores nacionais em homens( 57%) e mulheres (43%). Deste total, indica que 25,5% serão estudantes.

Luís Novais, Presidente do Conselho de Administração da Vector XXI , precisou que entre 2002/2003, 24% dos utilizadores (aproximadamente 384 mil portugueses), efectuou compras na Internet. Diz ter-se verificado que outros 60% dos utilizadores terão recorrido à Internet para fazerem opção de compra não online. O que diz parecer indiciar que «não faz sentido falar em comércio electrónico como unidade autónoma, mas antes na integração de canais para se vender mais na loja ».

Mas, ressalta que com isso não quererá dizer que não há espaço para o comércio electrónico puramente electrónico, porque o há. Desde que não se reproduza, online, o modelo antigo da loja física, e desde que se dê respostas a necessidades de consumo muito específicas, com «produtos capricho ».

Fernando Resina da Silva, Advogado & Sócio da Vieira de Almeida & Associados, destacou com principais condicionantes ao desenvolvimento do comércio em suporte electrónico, as incertezas face à entidade que se encontra a negociar, às características do bem, e direitos e obrigações do contrato que se está a celebrar, mas principalmente quanto aos métodos de pagamento e tratamento dos dados pessoais. Entende que se tratam de «preconceitos injustificados» uma vez que Portugal dispõe de legislação aplicável a estas matérias, como seja o regime jurídico do comércio electrónico, da assinatura electrónica e lei de protecção dos dados pessoais.

Desta troca de ideias, ficou também a necessidade de se direccionar o comércio electrónico para o universo feminino, uma vez que a estrutura decisória em termos de tecnologia, se encontra do seu lado. Alexandre Fonseca, Presidente da Comissão B2C da ACEP, ressalvou que «a sua comunicação deverá ser focada nas vantagens do serviço, qualidade e comodidade e não nos bits e bytes» .

Catarina Rodrigues

2004-11-10

Em Foco – Empresa