Foi no auditório da Ordem dos Engenheiros, em Lisboa, que decorreu o seminário anual organizado pela itSMF Portugal, desta vez subordinado ao tema Modelos para a Gestão de TI.
A iniciativa, que abriu com um breve depoimento de António Simões Monteiro, presidente da itSMF Portugal, teve como principal destaque a participação de Bill Hefley, do departamento de IT Services Qualification Services da Universidade Carnegie Mellons.
A intervenção de Hefley focou-se nos eSourcing Capability Models, fornecendo vectores para uma gestão estratégica dos serviços. Para o orador norte-americano, o ponto chave de uma boa gestão reside no «bom planeamento empresarial e boa definição contratual, mesmo com parceiros estratégicos, pois a tecnologia está sempre em evolução». Na sua opinião, o eSCM-SP é o modelo direccionado para os providers, que «assegura uma estrutura que permite analisar as práticas que necessitem de adoptar para melhorar a sua capacidade de formar e gerir relações de outsourcing». Heffley Salientou ainda «que outra das vantagens deste modelo é a sua compatibilidade com outros modelos ou standards, como o ISO 9001, COBIT e ITIL».
Com lançamento previsto para o mês de Dezembro, a primeira versão do modelo eSCM-CL irá certificar os clientes com um modelo parceiro do eSCM-SP, que «irá gerir empresas clientes orientadas em fazer sourcing das suas actividades».
Rui Medina Duarte, senior manager, certified information systems auditor da PriceWaterhouseCoppers , apresentou o COBIT, um modelo de gestão para a segurança da informação, criado pela Information Systems Audit and Control Association (ISACA) e pelo IT Governance Institute (ITGI). Baseado no Internal Control Integrated Framework , tem como destinatários a gestão, na definição e monitorização dos níveis adequados de controlo e segurança do IT e a auditoria, na verificação da adequação de controlos e medidas de segurança.
Maria José Hipólito, responsável pela função de business development & architecture na Unilever, focou-se na adopção e adaptação da ITIL na sua empresa, para uma melhor exposição da eficácia deste modelo. O ITIL (IT Infrastructure Library) é um modelo que sugere as melhores práticas a adequar à realidade de uma organização para operações de TI. A oradora revelou que «fruto da congregação de várias marcas, a Unilever sentiu a necessidade de centralizar os seus serviços de TI e com a implementação do ITIL isso foi possível». Adiantou ainda que a escolha deste modelo visou igualmente «melhorar a satisfação do consumidor e a qualidade do serviço» e que para atingir estes fins é necessário «compreender os objectivos a atingir e definir papéis e responsabilidades dentro da empresa, para que então se possam implementar as mudanças que vão ao encontro dos objectivos estipulados».
A finalizar o seminário, José Tribolet, professor catedrático de sistemas de informação do IST (Instituto Superior Técnico) e presidente do INESC (Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores), apresentou uma reflexão sobre o IT Governance confrontando-o com o EA Governance (Enterprise Architecture), que defende em detrimento do anterior. Para o professor, o papel das TI no suporte à consciência organizacional é essencial pois «tem que se aliar a consciência individual à colectiva e, nesse sentido, é fundamental que a área das TIs unifique comunicacionalmente a organização, pois só assim se atinge a consciência empresarial», que é a conjugação de todos estes elementos. «Só assim se asseguram que todos os projectos se dão no contexto da arquitectura organizacional», concluiu.
2005-11-25
Centro de Informação-ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
Em Foco – Pessoa