3971 — BES não prepara OPA concorrente sobre a PT

Feb 10, 2006 | Conteúdos Em Português

Ricardo Salgado, presidente comissão executiva do Banco Espírito Santo (fonte: BES)O presidente da Comissão executiva do Banco Espírito Santo, cujo grupo é o maior accionista privado da Portugal Telecom, revelou ontem, 9 de Fevereiro, que não vai lançar uma oferta concorrente à OPA recentemente lançada pela Sonae à maior operadora de telecomunicações nacionais. Mas Ricardo Salgado já se mostrou disponível para ter uma participação minoritária num eventual consórcio que se venha a opor. Na véspera, o Público noticiava que o Governo se demarcou da posição da Portugal Telecom, não se revendo na declaração efectuada por Horta e Costa na noite do dia 7 em que, em nome do conselho de administração da PT, classificou de “hostil” a oferta da Sonae e apontou riscos de desmembramento do grupo.

Apesar de não pretender lançar uma contra-oferta à da Sonae, o BES está disponível para financiar uma possível OPA concorrente sobre a PT, fez ontem saber, em Marraquexe (Marrocos) Ricardo Salgado. «Não vai haver OPA concorrente do BES ou do GES», mas «se houver um outro grupo de investidores nacionais que queiram fazê-lo, o BES pode pensar em ajudar a financiar», disse Ricardo Salgado.

O banqueiro mostrou-se receptivo a ter uma participação minoritária num eventual consórcio, com entidades “credíveis” e de preferência do sector. O BES não tem vocação para gerir empresas de telecomunicações, esclareceu: «o grupo BES não pode desencadear uma OPA, nem contra-OPA em empresas que não sejam do sector financeiro». Salgado garantiu no entanto que não tomou qualquer iniciativa nesse sentido nem recebeu qualquer contacto de potenciais investidores, nomeadamente do accionaista da PT Patrick Monteiro de Barros ou de Ilídio Pinho, nomes que têm surgido na imprensa como eventuais interessados no negócio. Se o BES vier a participar em qualquer operação sobre a PT, será apenas como financiador, sublinhou. Ricardo Salgado admitiu ainda a possibilidade de vender a posição do BES na PT caso a Sonae obtenha uma posição maioritária, reconhecendo que «temos de ser realistas, a posição na PT é estratégica, mas se a Sonae conseguir uma participação superior a 51 por cento, acho que o conceito de participação estratégica se perde».

Quanto à posição do Governo sobre esta matéria, na Quarta-feira, 8 de Fevereiro o jornal Público noticiou que «os termos da resposta da PT, que classificou a oferta de “hostil” e apontou riscos de desmembramento do grupo, não merecem a concordância do Executivo», o qual tem, como se sabe, uma golden share na empresa que lhe confere poderes especiais. Para já a posição pública assumida pelo primeiro ministro e pelo ministro das finanças remetem qualquer decisão para a próxima assembleia geral da PT.

Fontes: Lusa/Público

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