A avaliação da rede fixa de telecomunicações estará pronta dentro de um mês. Esta terá sido a grande novidade, apresentada pelo Ministro da Economia, Carlos Tavares, ontem, no primeiro dia do Fórum Telecom & Media, um evento organizado pelo Diário Económico, que terminou hoje.
Após serem conhecidos os resultados do estudo, encomendado a duas entidades independentes, seguir-se-ão negociações para a alienação da rede. A Portugal Telecom é, até ao momento, a única candidata à compra, prevendo-se, no entanto, um período conturbado.
Vender a rede fixa é uma ideia já do anterior executivo, que chegou a negociar com a incumbente nacional a transacção. Na altura, a PT defendeu que era dinheiro a mais e o negócio acabou por transitar para o actual Governo . Certo é que a alienação da rede fixa parece uma batata quente que os executivos empurram para as mãos uns dos outros.
Carlos Tavares anunciou, ainda, a criação da Autoridade da Concorrência, organismo em vias de ser aprovado na Assembleia da República, com vista à desgovernamentação do sector. O Governo espera, com estas medidas, proporcionar um rápido incremento a nível do progresso tecnológico do sector das telecomunicações.
Na ordem do dia esteve o ambiente recessivo do sector a nível mundial. O sobre-investimento de muitos operadores, por toda a Europa, criou um endividamento sem precedentes. Todos esperaram um boom que não aconteceu e os mercados de capitais acabaram por penalizar alguns operadores. Foi, assim, com uma certa surpresa que se ouviu o Presidente Executivo da Telefónica Móviles, António Viana-Baptista, considerar as telecomunicações como um negócio com potencial de crescimento. A receita milagrosa: investir com mais prudência, optimizar os timings do UMTS , reestruturar quando corre mal, racionalizar custos e reduzir a dívida.
Por Sandra Pestana
(sandra.pestana@centrodecontacto.com)
Em Foco – Opinião