733 — 2.ª Conferência IFIP – E-Commerce, E-Business e E-Government

Oct 8, 2002 | Conteúdos Em Português

Começou ontem, no Fórum Picoas, em Lisboa, a 2.ª Conferência da International Federation for Information Processing (IFIP) dedicada ao E-Commerce, E-Business e E-Government. Durante três dias (07-09 de Outubro) especialistas em tecnologia, cientistas, gestores e políticos de todo o mundo reúnem-se num fórum inter-disciplinar em torno das principais questões que se colocam a um mercado com potencial para beneficiar áreas tão díspares como o comércio, a administração ou a cidadania.

Em discussão estão temas como a integração de mercados, liberalização de serviços e Internet; modelos de negócio inovadores; sistemas de pagamento e segurança; novas cadeias de fornecedores; tecnologia, markting e E-publishing; utilização electrónica nas decisões públicas; privacidade e prevenção do Crime; cidades digitais; serviços multimodo; organização virtual; serviços públicos electrónicos; E-Local administration; E-learning; smart cards e biomérica; protecção e direitos dos consumidores.

No discurso inaugural Valadares Tavares, em representação do Instituto Superior Técnico e Observatório de Prostectiva da Engenharia e da Tecnologia (que, em conjunto com a Associação de Comércio Electrónico em Portugal, apoia a organização do evento) salientou o papel do E-Government nas sociedades democráticas, apontando como principais desafios o progresso com recurso ao paradigma do conhecimento e a diversidade da representação política.

O primeiro dia foi preenchido com três painéis, E-Government, E-Markets e Trust , este último abordando a questão, hoje indispensável, da confiança nos sistemas electrónicos e da sua certificação.

Para acompanhar os avanços tecnológicos é imperativo construir uma base de confiança dos utilizadores, que passa pela garantia de protecção em caso de fraude. No E-Government , por exemplo, muito caminho há a percorrer em Portugal, até que os cidadãos se sintam suficientemente seguros para utilizar todas as facilidades que os serviços electrónicos permitem.

Portugal no Mapa

Na opinião de João Monteiro, da Universidade do Minho e co-editor do livro Towards the Knowledge Society – E-Commerce, E-Business and E-Government (que reúne todas as intervenções da 2.ª Conferência IFIP), «trazer para Portugal uma conferência sobre aspectos tecnológicos, mas também de gestão e integração das diferentes tecnologias em proveito da sociedade cria uma mais-valia muito positiva, precisamente por sermos um país com algum atraso nesta área».

A evidência com que hoje as TI se assumem áreas emergentes traduz-se «no enorme impacto que têm na qualidade de vida dos cidadãos, quer nas questões ligadas à cidadania quer no que concerne a administração do poder», afirma. Mas em Portugal é necessário desenvolver áreas como o comércio electrónico que, para o especialista, «ainda não tem o desenvolvimento que se esperava, por esta altura». Uma realidade que depende, essencialmente, de quem fornece o serviço e para quem.

Como explica João Monteiro, «atendendo a que os portugueses utilizam muito pouco a Internet, é necessário tentar novos métodos de acesso, generalizando operações electrónicas tão comuns como comprar um bilhete de comboio através do Multibanco». A questão é saber como fazê-lo, com os meios tecnológicos e económicos disponíveis no País. O objectivo de organizar um evento desta amplitude, cruzando vários especialistas na matéria a nível internacional, é, pois, «colocar Portugal no mapa ».

Por Gabriela Costa
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