736 — ISEG apresentou «Sucesso Empresarial e Tecnologias de Informação»

Oct 8, 2002 | Conteúdos Em Português

“Sucesso Empresarial e Tecnologias de Informação” foi o tema de fundo de uma conferência organizada pelo Instituto Superior de Economia e Gestão (ISEG), que decorreu na segunda-feira passada naquela instituição de ensino, e que tinha por objectivo reunir alguns dos maiores sucessos aliados às tecnologias de informação.

Alguns dos oradores convidados foram: Vítor Santos, ex-secretário de Estado Adjunto da Economia, Gerd Heuss da Auto-Europa, Wolfang Kemper da Hoechst/Filkemp, Eduardo Catroga, ex-ministro das Finanças, Carlos Melo Ribeiro da Siemens e Adelino Santos da COLT Telecom Portugal. Apesar da diversidade das informações transmitidas, os conferencistas concluíram que a chave para vencer na UE e a nível global é trabalhar mais do que os outros, formação dos recursos humanos, inovar sempre e ser mais competitivo.

“É importante falar do sucesso e esquecer o fatalismo”, disse António Mendonça, presidente do Conselho Directivo do ISEG, no início da sessão, frente a uma plateia de estudantes e empresários. Segundo este doutor em economia, “as tecnologias de informação são vitais para as empresas” e os ingredientes para o sucesso empresarial são a organização empresarial, a inovação e criatividade, a capacidade para aproveitar os recursos humanos e a sua formação, defendendo ainda a adesão «às parcerias entre escolas e empresas».

Vítor Santos defende internacionalização como um instrumento

O ex-secretário de Estado Adjunto da Economia sublinhou que o sucesso empresarial «depende das mutações do ambiente que envolve a actividade empresarial» e, por outro lado, defendeu a internacionalização das empresas “não como um objectivo», mas um «instrumento» para competir nos mercados de referência.
Segundo Vítor Santos, para o sucesso empresarial é necessário «promover políticas que incentivem a ascensão da estrutura produtiva para a actividade».

Presidente da Auto-Europa acredita que sucesso está relacionado com bem estar dos empregados

O presidente da Auto-Europa acredita que as opiniões dos empregados devem ser tidas em conta: «os empregadores devem envolver os empregados no negócio e nos objectivos da empresa», disse, acrescentando que uma das ferramentas para o sucesso da empresa é «integrar toda a gente no negócio, beber um café à volta de uma mesa e discutir o que está mal para melhorar. Outro dos truques para o êxito é a formação constante dos empregados.

Ex-presidente da Hoechst aconselha PME’s portuguesas a realizar intercâmbios com estrangeiras

Sob a égide «Sugestões para o aumento da produtividade nas PME em Portugal», o ex-presidente da Hoechst/Filkemp, Wolfgang Kemper, aconselhou os empresários das PME’s a realizarem intercâmbios com as empresas estrangeiras e alertou para a necessidade de encontrar um representante certo para divulgar os produtos portugueses além fronteiras.

Kemper falou também na SES (Senior Experten Service), uma organização com mais de mil profissionais industriais (agentes) e cujo objectivo é detectar os erros ou falhas nas empresas e tentar, à posteriori, bani-los das PME. Os agentes do SES chegam a uma empresa para detectar os problemas e lutar contra os complexos das PME’s, ou seja vão comparar os custos, verificar métodos de produção e chegar a conclusões.

De 1983 até 2001, a SES teve mais de 10 mil contactos de 144 países.

Catroga defendeu sinergias entre Governo e gestores

Com o tema «Condicionantes macro-económicas do sucesso empresarial», o ex-ministro das Finanças, Eduardo Catroga, sublinhou que para obter êxito empresarial é necessário: um desenvolvimento «sustentado de projectos empresariais», «capacidade de iniciativa e riscos» e «inovação constante de produtos e serviços». Para obter esses objectivos, Catroga afirmou que o «Governo deve ser o catalizador» e «deve criar incentivos». Contudo, sublinhou que as empresas são o «motor de crescimento nacional».

Dois casos de sucesso em portugal

siemenslogoA Siemens e a COLT são dois casos de sucesso em Portugal e os seus diretores revelaram alguns dos seus segredos. Carlos Melo Ribeiro, presidente da Siemens em Portugal, defendeu que as empresas pró-activas podem ser lucrativas, mesmo em tempo de crise e recessão económica, e avisou que Portugal tem de trabalhar mais do que os outros, tem de ter mais profissionalismo e tem de dar mais realce à investigação.
Para este administrador, é importante não deixar de investir na área das TI e, embora a euforia do e-Business tenha diminuído, a Siemens também continua a insistir nesse nicho, «por isso concentrámo-nos na digitalização e colocámos engenheiros no desenvolvimento da Internet, UMTS, ATM, e-Business, management systems, call-centers e outros.»

coltlogoPor seu turno, Adelino Santos, director-geral da COLT Telecom Portugal, falou sobre «Tecnologias em Comunicações – o caso da COLT».
A COLT estabeleceu-se em Portugal há um ano, está presente em 32 cidades e 13 países diferentes e tem mais de 14 mil clientes. O triunfo desta empresa está ligado a um modelo de negócio muito focado no tipo de clientes/geografia/produtos», explicou Adelino Santos. «Portugal precisa de inovar sempre e ser mais competitivo», concluiu.

Por Cecília Malheiro
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