799 — Seminário “Sistemas de Pagamento numa Economia Global”

Oct 11, 2002 | Conteúdos Em Português

sistemasPagamentoO Instituto de Formação Bancária (IFB) promoveu hoje, 11 de Outubro, um seminário dedicado aos “Sistemas de Pagamento numa Economia Global”. O evento reuniu, no Hotel Holiday INN Continental, responsáveis da SIBS, UNICRE, Banco de Portugal e de várias instituições bancárias. Em discussão estiveram os sistemas financeiro e de pagamento portugueses, face aos desafios da globalização.

A abrir o debate, Peter Jones, director da Payment Systems Europe, abordou as actuais tendências mundiais em sistemas de pagamento. Comparando a infraestrutura do sistema português com a de vários países europeus (Alemanha, Espanha, França, Itália e Reino Unido), concluíu que Portugal conta com os mais altos níveis de integração e sofisticação nesta área. Não obstante, a flexibilidade do sistema é das mais limitadas e os custos situam-se entre os níveis médio e alto.

Introduzindo a “nova SIBS”, Vítor Bento, presidente da SIBS e da UNICRE, defendeu o seu papel no sistema financeiro nacional, considerando-a essencial para «controlar a eficiência geral do sistema bancário». Na sua opinião, a orientação estratégica para a actividade da SIBS deverá assentar em cinco vectores – racionalização de custos; racionalização dos “modelos de negócios”; aumento da abrangência da oferta de serviços; aperfeiçoamento da capacidade de resposta ao mercado; e, finalmente, afirmação internacional da empresa .

Adão da Fonseca, consultor da administração do Banco Comercial Português, afirmou que os bancos, particularmente os mais sólidos, devem ganhar em competitividade colaborando com os sistemas da Web . Mas alerta, «o futuro do dinheiro digital depende da certificação».

Garantir que os sistemas de pagamento continuem integrados e com uma plataforma comum é, para Alves da Silva, do Grupo Santander, uma prioridade. Simultaneamente, as instituições bancárias devem «aproveitar todas as potencialidades da rede Multibanco», da SIBS .

Traçando o actual panorama do sistema de meios de pagamento, Athayde Marques, administrador da Caixa Geral de Depósitos, lembrou que este «está a migrar das transacções em papel para as transacções electrónicas, com benefícios evidentes ao nível da diminuição de custos e limitação dos riscos de manuseamento e fraude». No entanto, segundo um estudo recentemente realizado nos EUA, 70% dos pagamentos online continuam a ser relativos a cartões de crédito, «o que prova a grande resistência à mudança de comportamentos» que ainda se verifica.

Resumindo os painéis apresentados, Athayde Marques estabeleceu como vectores prioritários a definição clara de estratégias de pagamento; o investimento tecnológico em consonância com as necessidades de cada empresa; a análise dos custos/benefícios nos investimentos; e a transferência da relação com clientes e transacções bancárias para meios electrónicos.

Da parte da tarde, a sessão prosseguiu com três painéis: “O Banco de Portugal face à evolução dos sistemas de pagamento”; “Novos canais na disponibilização de serviços de pagamento”; e “Os cartões de crédito e os sistemas de pagamento”. A mesa contou com representantes do Banco de Portugal, SIBS e UNICRE . Na assistência estiveram várias dezenas de especialistas na matéria.

Por Gabriela Costa
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2002-10-11

A formação IFB para o Sector Bancário

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