887 — Mobilidade e Comunicações em debate na Inforpor 2002

Oct 28, 2002 | Conteúdos Em Português

O debate sobre o tema «Mobilidade e Comunicações», organizado pelo Portal Centro de Contacto e que teve lugar no domingo passado no Vip Lounge da Inforpor 2002, contou com a participação de seis especialistas nesta área. Todos concordaram que a mobilidade era um trunfo para tornar mais fácil o trabalho e a vida pessoal da sociedade contemporânea. Contudo, os oradores também chamaram a atenção para a necessidade de se formarem mais recursos humanos na área de telecomunicações e para a importância da simplicidade e eficiência dos terminais.

«Só os bebés de mama e as velhotas cegas é que não usam telemóveis», afirmou Renato Homem, director de conteúdos e aplicações da Oniway, em tom de brincadeira, arrancando uma gargalhada geral dos participantes no debate. Renato Homem acredita que a mobilidade tem várias vantagens tanto em casa, como no trabalho ou mesmo em viagens.

Segundo o director de conteúdos da Oniway, a mobilidade é «útil» no sentido de dar informações rápidas às pessoas, mas também pode trazer «segurança» dentro de casa como por exemplo através de sistemas de detecção de intrusos e monotorização. No trabalho, a mobilidade permite não só gerir as equipas e ou os clientes, como também permite a aprovação de documentos. Em viagem, a vantagem da mobilidade de um simples terminal ou de um PDA pode dar-nos informação sobre o local de destino, refere Renato Homem, que acredita que dentro de pouco tempo o UMTS vai estar disponível no mercado: «A muito curto prazo, daqui a meio ou um ano, vão começar a explodir », concluiu.

Para Henrique Correia, director de regulação e relações com operadores da Vodafone, a mobilidade está intrinsecamente ligada ao telemóvel. Para Henrique Correia , um terminal é um instrumento de eleição que permite executar funções sem que o utilizador precise de se deslocar e perder tempo em filas, como por exemplo o «telemultibanco» que permite fazer transações bancárias, saber a cotação das bolsas ou saber quantos golos foram marcados no jogo de futebol preferido.

Para o director de regulação da Vodafone, a mobilidade deixa fazer a ponte entre o lúdico e o trabalho, «permite uma maior utilização do nosso tempo e uma maior segurança» e pode até ajudar a aumentar a produtividade de cada um de nós: «É visível por exemplo no jornalismo, onde as entrevistas já se fazem directamente para os telemóveis». Segundo Henrique Correia , a mobilidade «é um conjunto de posssibilidades que nos permite facilitar a vida».

Um pouco mais crítico foi o professor da Universidade do Minho, Adriano Moreira, que é também o director da nova Licenciatura em Engenharia de Comunicações. «Existe uma grande escassez de recursos humanos na área de telecomunicações», lembrou Adriano Moreira, frisando que as telecomunicações não são apenas «serviços de voz» e que actualmente as «exigências são diferentes». O professor apelou para que recursos humanos e telecomunicações convergissem para a área do saber.

Um dos outros convidados para o debate foi Pedro Chaves Ferreira, mobility solutions specialist da Microsoft. Pedro Chaves Ferreira referiu que a mobilidade «é um dos pilares mais importantes para a estratégia futura» da Microsoft e que para entrarem no mercado da mobilidade (GSM, UMTS, etc) precisavam de estabelecer a «plataforma base para que fornecedores e fabricantes recorressem a essa mesma plataforma».

Por seu turno, o consultor da IBM, Alexandre Fonseca, salientou a necessidade de criar um modelo da Internet para a «componente móvel», onde segundo ele «existem alguns problemas».

Segundo Alexandre Fonseca, «todos os consumidores têm aptidão para utilizarem serviços móveis». Todavia, o consultor da IBM sublinhou que esses serviços móveis devem preencher três requisitos: «simples», «atractivos» e que «satisfaçam uma necessidade». Para sintetisar a essência da mobilidade, Alexandre Ferreira referiu o «conceito da conveniência», ou seja, tem de agradar aos utilizadores para ficar mais perto da intimidade deles, explicou.

Alexandre Ferreira comentou ainda a «falta de maturidade dos conteúdos na tecnologia da mobilidade .

Depois de apresentar as várias novidades da marca Siemens no sector da mobilidad e, o convidado João Fialho, responsável de soluções móveis da Siemens Business Services, referiu que a mobilidade significa «proximidade, ubiquidade, time-to-market». Na opinião de João Fialho , o utilizador desiludiu-se com o sistema WAP, mas a mobilidade ganhou terreno na área da privacidade, segurança e formação.

Por Cecília Malheiro
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2002-10-28

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